ATA DA SEXTA SESSÃO SOLENE DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 29.03.1988.

 

 

Aos vinte e nove dias do mês de março do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Sexta Sessão Solene da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada à entrega do Troféu “Frade de Pedra” e do Prêmio Literário “Érico Veríssimo” ao escritor rio-grandense Luiz Antônio de Assis Brasil, concedido através do Projeto de Resolução n.º 12/87 ( proc. n.º 1169/87). Às dezessete horas e quinze minutos, constatada a existência de “quorum”, a Sr.ª Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver.ª Gladis Mantelli, 1ª Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; Prof. Joaquim José Felizardo, Secretário Municipal de Cultura, representando o Sr. Prefeito Municipal; Sr. Dante de Laytano, Presidente da Academia Sul-rio-grandense de Letras; Jorn. Danilo Ucha, representando o Sr. Jaime Sirotsky, Diretor-Presidente da Rede Brasil Sul de Comunicações; Profª. Antonieta Barone, representando a Aliança Francesa; Sr. Luiz Antônio de Assis Brasil, Homenageado; Sr.ª. Maria Valesca Assis Brasil, esposa do Homenageado; Ver. Rafael Santos, proponente da Sessão e 2º Secretário da Casa. A seguir, a Sr.ª. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Rafael Santos, em nome das Bancadas do PDS, PFL, PSB, PL e PC do B, saudou os presentes, falando das diversas qualidades do Homenageado, como homem ligado à cultura do Estado. Lamentou a demissão de S. Sa. dos quadros da Fundação de Educação Social e Comunitária, pelo Executivo Municipal. O Ver. Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PT, falou sobre os motivos que levaram a Casa à concessão do Prêmio Literário “Érico Veríssimo” ao Sr. Luiz Antônio de Assis Brasil, como reconhecimento do trabalho de S. Sa. em prol do desenvolvimento intelectual de Porto Alegre. Comentou a demissão do Homenageado da Fundação de Educação Social e Comunitária, criticando o Executivo Municipal por, em face de questões políticas, desfazer-se de um elemento da categoria do Sr. Luiz Antônio de Assis Brasil. E a Ver.ª Gladis Mantelli, em nome da Bancada do PMDB lamentou a demissão do Homenageado da Fundação de Educação Social e Comunitária e, em nome das Bancadas do PMDB e do PDT, reportou-se ao livro “Um quarto de légua em quadro”, de autoria do Sr. Luiz Antônio de Assis Brasil, falando da capacidade de trabalho de S.Sa. e destacando ser ele um exemplo de intelectual voltado à cultura e à divulgação do nome do Rio Grande do Sul por todo o País. A seguir, a Sr.ª. Presidente convidou o Ver. Rafael Santos e a Sr.ª. Maria Valesca Assis Brasil a procederem à entrega, respectivamente, do Prêmio Literário “Érico Veríssimo” e do Troféu “Frade de Pedra” ao Sr. Luiz Antônio de Assis Brasil e concedeu a palavra a S. Sa., que agradeceu a homenagem recebida. Em continuidade, a Sr.ª. Presidente fez pronunciamento relativo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presente a passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezoito horas e vinte e um minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Gladis Mantelli e Rafael Santos e secretariados pelo Ver. Rafael Santos. Do que eu, Rafael Santos, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.

 

 

A SRA. PRESIDENTE: Falarão em nome da Casa os Vereadores Rafael Santos, Antonio Hohlfeldt e Gladis Mantelli.

Com a palavra, o Ver. Rafael Santos, que falará pelas Bancadas do PDS, PFL, PSB, PL e PCdoB.

 

O SR. RAFAEL SANTOS: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras;  meu caro Prof. Assis Brasil, o discurso está aqui, não vou lê-lo. Sabe o meu caro amigo a aversão que tenho por leituras de discursos e confesso que, até há poucos minutos atrás, eu não sabia que tipo de discurso eu deveria fazer no dia de hoje. Ressaltar as suas qualidades de escritor, que levaram esta Casa a lhe conceder, por unanimidade, o prêmio Érico Veríssimo, seria até certo ponto desnecessário e entendo que, muito melhor do que eu, o meu caro colega Antonio Hohlfeldt, que ainda deverá usar da palavra no dia de hoje, terá oportunidade de fazê-lo, discorrendo sobre as qualidades literárias do nosso homenageado. Poderia falar no músico Assis Brasil, talvez um pouco esquecido, um pouco adormecido no fundo de sua alma; poderia falar do professor Assis Brasil, professor de larga folha de serviço prestado a nossa juventude e que honra sobremaneira os quadros da PUC; poderia falar do administrador Assis Brasil, homem que conheci como assessor da Divisão de Cultura do Município de Porto Alegre, e que, para minha honra, para minha alegria e felicidade, foi o meu Diretor na Divisão de Cultura. E foi ali, e foi naquele convívio quase que diário, na dificuldade de administrar com poucos recursos que aprendi a admirar e a querer bem o Professor Assis Brasil. Poderia ler aqui o currículo de Assis Brasil, mesmo currículo que apresentei por ocasião em que levei aos nossos pares, aos nossos colegas de vereança a proposição, no sentido de que fosse concedido o Prêmio Érico Veríssimo ao Professor Assis Brasil. Acho desnecessário, pois todos conhecem. O que não resta a menor dúvida é que Assis Brasil, como homem de letras, como homem de administração, como professor é um homem que orgulharia e orgulha qualquer entidade da qual ele faça parte. Acho que é um sentimento porto-alegrense. Todo porto-alegrense que conhece a vida, a obra, o trabalho, a dedicação, a integridade de Assis Brasil, há de reconhecer que em qualquer setor em que esteja seu nome inserido, quer como professor, quer como administrador, quer como literato, quer como escritor, esta entidade só pode se engrandecer, e, lamentavelmente, Professor Assis Brasil, e esta nódoa ficará gravada nos Anais desta Casa, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre dispensou os seus serviços; não precisa do escritor Assis Brasil, não precisado cidadão Assis Brasil, não precisa do professor Assis Brasil. Lamentavelmente, Porto Alegre, que tinha nos seus quadros o nome de Luiz Antônio Assis Brasil, que somente engrandeceria o setor no qual estivesse trabalhando, seja ele qual for, no entretanto, agora, às vésperas desta premiação, foi demitido da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, da Fundação de Educação Social e Comunitária, porque não eram mais necessários os seus serviços. Eu não poderia deixar de dizer estes fatos no dia de hoje. Por isso é que deixei de lado o discurso que havia escrito e que até havia distribuído à imprensa, porque não poderia deixar de registrar que, na hora em que a Câmara Municipal de Porto Alegre, pela unanimidade de seus Vereadores, reconhece os seus méritos, e reconhece a sua capacidade, e reconhece o seu talento, não poderia deixar de que ficasse registrado que o Executivo Municipal não deseja contar com seu trabalho e com sua dedicação. Peço escusas se a hora não era oportuna para esse tipo de considerações. Em meu discurso escrito, não havia feito nenhuma referência a este fato, mas nesse drama que se afigurou até o momento de chegar a esta Tribuna, entendi que seria meu dever que ficasse registrado nos Anais desta Casa esse lamentável episódio. Prof. Assis Brasil, conte com o reconhecimento da população de Porto Alegre que, através de seus 33 Vereadores, lhe concede o prêmio Érico Veríssimo, que representa o reconhecimento pelo seu trabalho literário. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Antonio Hohlfeldt, que fala em nome da Bancada do PT.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, meu queridíssimo Luiz Antônio, a Valesca, com quem tantas e tantas vezes, ao longo desses anos, tenho tido a sorte de privar em várias frentes, meu querido companheiro Joaquim Felizardo, o sempre mestre Dante de Laytano, Profª. Antonieta Barone, que nós todos já tivemos a oportunidade de homenagear tantas vezes, mas nunca totalmente merecidamente que pudesse responder a tudo aquilo que a Antonieta já deu a esta Cidade, minhas Senhoras e meus Senhores, todos nós que nos encontramos hoje nesta Sessão sabemos por que Luiz Antônio de Assis Brasil recebeu este Prêmio humilde, mas ao mesmo tempo de um reconhecimento importante, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Vejo aqui o meu Professor de muitos anos, Professor Aldobino, com a sua esposa. Vejo aqui um companheiro quase que de geração, Jornalista como eu, Ver. Kenny Braga, hoje também Vereador nesta Casa, por outro Partido. Vejo aqui companheiros que aprendi a admirar ao longo dos anos, de um trabalho inclusive lado a lado com os companheiros IEL. Vejo aqui o Arnaldo Campos, o Lauri Maciel, que são antes de tudo escritores que eu admiro e hoje pessoas que assumem um desafio grande junto com Felizardo na condução da área cultural desta Cidade.

Vejo aqui a Ilsa, vejo, enfim, tantos companheiros, tantas pessoas de vários setores, para não falar daqueles Vereadores como Flávio Coulon, como Caio Lustosa, que formamos nosso bloco de trabalho nesta Casa, tentando defender algumas idéias que trouxemos desde muitos anos atrás.

Eu quero começar onde o Ver. Rafael Santos parou. É triste, ouvia eu, alguns anos, durante a ditadura, numa viagem que fazia à Europa; é triste – dizia-me um europeu sem entender – que o Brasil se dê ao luxo de dispensar serviços de intelectuais como Ferreira Gullar, como Paulo Freire, como Darcy Ribeiro, e me indagavam estas pessoas que crimes tinham eles cometido. E eu me recordava desta situação exatamente porque, ao pensar hoje no que diria nesta Sessão, constrangido, porque deveria ser uma tarde de festa, e não pode ser, eu me lembrava que eu respondia muito singelamente que eles provavelmente ousaram pensar com independência e ousaram expressar o seu pensamento com esta mesma independência. Não acreditava que, depois deste duro período de independência, acabássemos por ver repetidas situações como essas, em que, por questões políticas, um cidadão que nada mais fizesse na sua vida ainda assim estaria dando lucro a todos nós e nos daria um imenso orgulho de continuar nesta Cidade.

Mas não deixa de ser irônico, Sra. Presidente, meu prezado Assis Brasil, a Valeska, meus amigos, a gente relembrar que, no fundo, no fundo, o Assis Brasil fez por merecer a situação de hoje pela coerência. Eu conheci Assis Brasil advogado quando uma Comissão do Instituto Estadual do Livro, sob a direção da Lígia Averbuck, não sei se ele vai lembrar disso – havia concedido um prêmio de dramaturgia, e o cidadão que ganhou este prêmio, um paulista, hoje até em outras posições políticas, diga-se de passagem, mais para Centrão do que qualquer outra coisa, este cidadão, havia sido cassada a sua peça pela ditadura, pelas autoridades educacionais e culturais do Estado do Rio Grande do Sul. Na defesa de seu direito de ganhar e levar o prêmio, este dramaturgo conseguiu ver no advogado Luiz Antônio de Assis Brasil o seu defensor. Foi o meu primeiro encontro com Assis Brasil. Os tempos passaram, e eu comentava com Assis numa mesa de bar há pouco, logo depois de ler “Cães da Província” e escrevia isso inclusive e dizia para ele: acho que independente de qualquer questão literária, “Cães de Província” tem uma importância fantástica por pensar exatamente a reação que o pensamento livre e as posições livres provocam nas pessoas de baixa estatura. E é interessante notarmos que, de uma certa maneira, o processo abordado pelo escritor em relação ao Qorpo Santo, na Porto Alegre daquele século passado, repete-se, em parte, no que hoje experimenta o nosso homenageado. E por isso que digo que faz por merecer, quem é coerente numa terra tão incoerente, realmente, corre o risco de ser marcado, de sofrer marginalizações, de ser repudiado, por aí afora. Assis Brasil, acho que, hoje, esse prêmio que recebes, homenagem desta Casa, sobretudo é dado ao intelectual de III Mundo, que todos nós somos, com todas as suas contradições, desafios e talvez a dificuldade maior, o prêmio maior e o reconhecimento maior é porque tu não te enquadras numa alusão muito pequena de Eduardo Galeano, o qual dizia em um dos seus artigos que mais perigoso na nossa triste América é os intelectuais aderirem ao poder. E como aderem ao poder. Olha-se no País e no Continente e vê-se como é triste o adesismo daqueles que discursavam tão maravilhosamente bem contra a ditadura, mas hoje brigam por um pequeno puleirinho no poder municipal, federal e estadual. Vejo o sorriso da Maria da Glória, que está trabalhando cada vez melhor nos arquivos de Érico, e me lembro exatamente do preço pago pelo Érico. Este escritor foi agredido pela direita e pela esquerda, nas autopretensas qualificadas esquerdas ou direitas, exatamente porque não aderira. Certo ou errado, mantinha a sua coerência, como me parece que tem mantido magnificamente bem Luiz Antônio de Assis Brasil. Sinto-me, por isso, Luiz Antônio, independente da minha relação pessoal e da minha admiração pelo seu trabalho, muito satisfeito em poder estar na condição de Vereador desta Cidade, uma condição eventual, passageira, na condição de representante do Partido dos Trabalhadores, podermos trazer a palavra minha e nossa, partidária, nós que temos brigado tanto para encerrarmos uma malfadada divisão entre o trabalhador manual e o trabalhador intelectual. Nós que temos buscado discutir e nem sempre conseguimos praticar, o desafio é grande, a necessidade de ultrapassarmos essas fronteiras de divisão, pois, na verdade, nós todos estamos na mesma luta, uma luta maior, num País, num continente onde cultura e educação são artigos supérfluos, não chegam nem a terceiro nível, estamos mais embaixo ainda. Realmente, nós devíamos nos preocupar imensamente em manter entre nós aqueles que se dedicam com seriedade, com responsabilidade e coerência a essas questões.

Sempre me lembro da menção de Antônio Cândido num livro extremamente importante, quando ele lembra que boa parte dos nossos intelectuais, para sobreviverem, precisaram tornar-se funcionários públicos. Houve alguns que sucumbiram a essa tentação. Houve alguns que, apesar dessa dependência, souberam manter a cabeça erguida e o trabalho realmente independente.

Entre tantos, poderemos lembrar Manoel Bandeira, o próprio Drummond dependeu durante muitos anos de uma função pública para poder escapar um pouquinho, escreveu seus poemas, produziu seus trabalhos. Mas acho que nem isso Assis Brasil fazia, porque me lembro que, durante os vários períodos em que acompanhei as tarefas diferentes que Assis cumpriu, até pelo tipo de cargo que ele desempenhava, nem a escapadinha durante o horário de serviço ele podia dar. Ele cumpria a tarefa junto à repartição, que eram tarefas de direção, e acumulava a isso aquela experiência que o Arnaldo tem, que o Lauri tem, que a Maria da Glória tem, que todos nós temos, que é depois, de noite, cansados nos fins-de-semana, ao invés de bater um papo, de sair em férias, a gente se tranca e vai tentar escrever. É o desafio de todos nós, neste Terceiro Mundo e neste Brasil. O poder sempre tentou exercer um controle muito estreito sobre os intelectuais. Um tipo de controle se dá através da cooptação dos cargos, dos prêmios, dos destaques, que não é o caso, com toda a certeza, desta Casa. Mas o outro controle mais direto, mais eficaz, por vezes, mais estúpido é a censura, é a proibição, é a interdição, é a cassação branca ou morena. E é esse o episódio que nós assistimos nesses dias. É a impossibilidade de um trabalhador intelectual ter o mínimo de tranqüilidade quanto ao seu dia-a-dia, e podermos dar, não apenas a nós que estamos hoje convivendo com o Assis, podermos dar a nós, a nossos filhos, a nossos netos, aqueles que nem nós imaginamos quem serão, que não conhecerão, com toda a certeza, a memória dos que hoje cassam Assis Brasil, porque, felizmente, essas memórias se apagam muito rapidamente, mas conhecerão, com toda a certeza, o nome de Assis Brasil, enquanto um escritor, conhecerão a obra do Luiz Antônio de Assis Brasil. E Ter-se-á esquecido aquela insignificância que, em certo momento, decidiu pela sua saída de um cargo para o qual, aliás, não tinha nenhuma remuneração tão significativa assim, em termos financeiros, nestes tempos bicudos. Acho que esta Casa, Sra. Presidente, companheiros, hoje cumpre uma dupla função; há um tempo atrás cumpriu obrigação de acolher a propositura do Ver. Rafael Santos. No decorrer dos últimos dias, cumprimos uma segunda tarefa importante, que eu quero deixar de público, para que se registre nos Anais da Casa e que seja do conhecimento de todos os senhores: tomando conhecimento da ameaça que pairava sobre o Assis, nós coordenamos, junto com as Lideranças Partidárias, as nove representações Partidárias desta Casa, um documento oficial dirigido ao Sr. Prefeito Municipal postulado exatamente isso, o direito que esta Cidade tem de respeitar um escritor que produz e cuja obra fala por si próprio. Este documento foi entregue ao administrador desta Cidade, e ao menos oficiosamente soubemos que não deveríamos nos preocupar, que a situação seria resolvida. Foi curiosos e até surpreso que 24 horas depois soubemos do desfecho da situação.

Esta Casa, eu dizia, cumpriu com sua função e hoje cumpre mais uma vez. No que me toca, quero transformar este ato em mais que um ato de homenagem, mas um ato de protesto por uma situação lamentável que se cria nesta Cidade.

Entendo que Porto Alegre não pode se dar ao luxo de dispensar a presença ativa de certos cidadãos e com toda certeza, entre eles se coloca Luiz Antônio de Assis Brasil, cuja biografia, gestos, posturas, cuja contribuição à cultura não só do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre, como do Brasil, todos nós conhecemos, e até por isso estamos aqui.

Quem sabe este ato, como conseqüência, consiga devolver a razão aos que a perderam. E quem sabe, na semana que vem, nós possamos abraçar o Assis Brasil com um encaminhamento mais conseqüente, mais coerente em relação a sua situação.

Tenho dito uma ou duas vezes, nesta Casa, a certos homenageados que realmente a Casa se sente honrada ao poder homenageá-los, acho que hoje é uma das ocasiões. Eu, pessoalmente, me sinto honrado, Assis, em poder, de público, dizer da minha admiração, do meu respeito pelo teu trabalho, pela tua obra. Mas sobretudo pela coerência que tu manténs entre o que tu escreves e o que tu fazes.

Muito obrigado por participares desta Sessão Solene desta Casa. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Solicito ao Ver. Rafael Santos que me substitua nos trabalhos da Presidência, desta Sessão, para que esta Presidente possa fazer uso da Tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE (Rafael Santos): Com a palavra, a Verª. Gladis Mantelli, que falará em nome da Bancada do PMDB e da Bancada do PDT.

 

A SRA. GLADIS MANTELLI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais componentes da Mesa, cabe a mim, neste momento, dirigir algumas palavras ao nosso homenageado, Luiz Antônio de Assis Brasil, e eu gostaria de, antes de eu começar o meu discurso, dizer que, neste exato momento, falo apenas pela Bancada do PMDB e lavro junto com os oradores que me antecederam, Ver. Rafael Santos, proponente desta homenagem, e Ver. Antonio Hohlfeldt, o mesmo protesto que tão bem já foi colocado por eles, em relação a tua saída da FESC.

Contrário, também, aos meus Colegas, eu não vou também falar de improviso, porque acho que falar de alguém que escreve, eu não quero correr o risco de dizer coisas inadequadas. Então, fui buscar nas palavras de uma personagem da sua obra “Um Quarto de Légua em Quadro”, uma afirmação que bem caracteriza o nosso homenageado:

“...Não sou um todo monolítico. Ao contrário: dos pedaços de que sou feito por vezes escorre o cimento, desconjuntando a obra, ora pendendo-a para um lado, ora para outro. A unidade desejada, creio que não alcançarei, por mil anos que viva. Talvez por isso tenho podido passar pelo que passo, sem quebrar, simplesmente acertando-me, amoldando-me, ajustando-me ao que me acontece”.

E Luiz Antônio da Assis Brasil tem, com aquela propriedade que lhe é peculiar, demonstrado em todas as atividades a que se dedica a confirmação da sua capacidade de acertar-se, amoldar-se e ajustar-se às diversas situações que lhe são apresentadas no cotidiano.

Como jurista, persegue o ideal da Justiça.

Como educador, ajuda a formar a consciência nacional e uma nova geração mais forte que sabe o que deseja. E tem ciência de que só os jovens, com a sua força transformadora, poderão garantir melhores dias para este País.

Como pesquisador, mostra a nossa real história, para que vivamos a verdade e nos conscientizemos de que a grandeza de nossa gente vem de si mesma e não de falsos heróis, produto de interesses distintos dos do povo.

Graças ao seu espírito de artista, o Prof. Assis Brasil acredita que esta Nação pode ser feliz.

Na condição de escritor, tem a audácia de ser agente da nossa cultura, em uma terra onde aprendemos a admirar e importar apenas o estrangeiro.

Audácia esta que vai se afirmando na medida em que nosso homenageado prossegue em seu trabalho, irradiando sua mensagem para seus leitores, alunos, admiradores e amigos.

Através disso, suas idéias e ideais vão ganhando força e vida, até quem sabe, quando um dia, constatemos que o homem deixou de ser lobo para o homem e o mundo se tornou uma grande família. Para muitos, nada além de um sonho descabido e mirabolante, mas para outros, como nosso professor, um caminho a perseguir, uma realidade a construir.

Meu querido amigo Assis Brasil, a outorga que hoje merecidamente recebes é a homenagem a alguém que tem a coragem de olhar para o horizonte, acreditar e investir nesta terra de Érico Veríssimo.

O PMDB e o PDT, através desta Vereadora, cumprimenta o ilustre homenageado, que a exemplo do nosso saudoso Érico, tem levado o nome do nosso Rio Grande aos mais longínquos rincões deste País. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

(A Sra. Gladis Martelli assume a Presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Convidamos agora o Ver. Rafael Santos para fazer a entrega do Prêmio Literário Érico Veríssimo ao nosso homenageado, Professor Assis Brasil, e convido os presentes para que, em pé, assistam a entrega do título.

 

(É procedida a entrega do Prêmio.) (Palmas.)

 

Entregamos, também, ao nosso homenageado o Troféu Frade de Pedra, que traduz o apreço da população porto-alegrense a todas as pessoas que, de alguma forma, prestam serviços à comunidade; historicamente traduz a hospitalidade rio-grandense, uma vez que representa o símbolo da fraternidade e de boas-vindas. Convido a esposa do homenageado a fazer a entrega do Troféu ao Professor.

 

(É procedida a entrega do Troféu.) (Palmas.)

 

Neste momento, concedemos a palavra ao nosso homenageado, Professor Luiz Antônio de Assis Brasil.

 

O SR. LUIZ ANTÔNIO DE ASSIS BRASIL: Sra. Presidente, suas palavras me emocionaram por tocar, principalmente, no nome deste que dá título a este Prêmio e por me fazer um aprendiz dele, que sempre serei, nosso querido Érico. Meu caro amigo Joaquim Felizardo, Secretário Municipal de Cultura, a quem estimo e tenho no meu mais recôndito mais profundo do coração, entre aquelas pessoas dignas, verticais, verdadeiras, um grande amigo que o será para sempre em qualquer circunstância. Meu Presidente Dante de Laytano, Presidente da Academia Sul Rio-grandense de Letras numa longa trajetória vem plasmando o itinerário fantástico na cultura do Rio Grande do Sul, e, por esta razão, é digno de todas as homenagens. Meu caro amigo Danilo Ucha, amigo à distância, mas um permanente amigo quando, sempre que nos encontramos, reiniciamos uma conversa que parecíamos que havíamos interrompidos há 10 minutos atrás, e que foi um dos primeiros a me estimular no meu trabalho literário, através da Zero Hora. Minha querida Profª. Antonieta Barone, que neste ato representa a Aliança Francesa, mas, antes de mais nada, vale por si mesma, por seu trabalho cotidiano, permanente e infindável em prol da cultura do nosso Estado, seja nos cargos da administração cultural que já exerceu e onde, sem dúvidas, grandes instituições culturais do Estado têm muitíssimo a dever e, entre elas, eu destaco, por ser mais da minha área, o nosso querido Instituto Estadual do Livro. Ao meu amigo Antonio, nem sei o que dizer, pela generosidade das palavras, pela solidariedade que manifestou neste momento, por estar sempre presente em todas as horas agradáveis e nas horas menos agradáveis, e que foi um dos primeiros, também junto com o Prof. Aldo Albino, que aqui vejo, a tratar da minha obra na imprensa; meus primeiros trabalhos críticos são de vocês. E, meu caro Prof. Rafael, a quem agradeço profundamente a essa atitude de haver proposto meu nome à concessão do Prêmio Érico Veríssimo e também pelas palavras de estímulo e solidariedade. Aos 3 Vereadores Gládis Mantelli, Rafael Santos e Antonio Hohlfeldt, na passagem em que se manifestaram relativamente a essa situação completamente esquizofrênica, pela qual eu passei nos últimos dias, o meu maior carinho, e também a todos os Vereadores desta Casa que eu sei comigo estiveram. Não posso nomear a todos que estão na platéia, todos são meus amigos, e eu os conheço um a um; são meus amigos, são meus alunos, são meus parentes, todos, enfim, eu sei de cada um o que me querem e, por isso, estão aqui presentes. A todos, a minha saudação muito especial.

Seria um excesso de vaidade considerar que apenas eu ou minha obra sejam objeto desta homenagem da Câmara de Vereadores; aliás, nem penso, em verdade, que assim seja.

Esta Casa, onde têm lugar amigos tão queridos, está a honrar, antes de mais nada, o espírito humano, na medida em que nos faz lembrar, anualmente, este nome épico de nossa literatura, que foi Érico Veríssimo. Aplaudo a atitude de instituir-se um prêmio literário nestes moldes, sem inscrição, sem concursos, sem critérios de hipódromo. Avalia-se uma trajetória, uma existência, confere-se tal ou qual valor e premia-se.

As honrarias de certo pouco ajudam no sustento do escritor, mas constituem-se no necessário estímulo de que todos precisamos, por mais auto-suficientes que possamos ser. Sob este ponto-de-vista, olhando para trás, para a minha parca década e meia de fazer literário, não reconheço virtudes suficientes para alcançar a distinção que me outorgam.

O que fiz? Sete romances, uns regularmente acabados, outros deficientes, outros pouco confiáveis até para mim. Um público fiel, mas que não daria para lotar um estádio de futebol; algumas boas palavras de crítico é certo que não me falharam quando precisei de um empurrão para seguir em frente. Uma obra que, a bem dizer, está longe de estar completa, muito longe. Se me fosse possível dilatar minha existência até o ponto que desejo, de certeza poderia apresentar no futuro um quadro mais favorável, uma trajetória mais parelha.

O prêmio vem, assim, em meio a uma corrida em que fazem parar o corredor para homenageá-lo pelo desempenho que vem tendo até então, e que não é dos mais brilhantes. Considero-me apenas um escritor de ofício e que põe no trabalho metódico toda sua esperança e que, embora eventualmente tenha desempenhado certas tarefas na administração cultural, nunca deixou de escrever todos os dias, movido por um impulso irrefreável e tolo de eternidade. E, nesta busca, tenho, sem plano previamente organizado, procurado colaborar para o melhor conhecimento de nossa identidade brasileira e latino-americana. De fato, somos habitantes de um continente pouquíssimo explorado. Gerações e gerações de escritores gastaram suas energias na tentativa de imitação dos modelos europeus, já gastos e decadentes, esquecidos de que atrás deles havia uma natureza exuberante e intrincada, um universo fantástico onde o mistério e delírio profundamente barrocos emergem da terra como as vigorosas selvas amazônicas. Continente onde os séculos convivem todos no mesmo tempo. Na latinoamérica a interpenetração dos tempos é um fato verificável, aqui e agora. Se é verdade que possuímos verticalizadas magalópoles, ainda temos homens que vivem em pleno neolítico. Aqui partilham o mesmo ar do século XVIII com o século XX, o século XIX com o século XVII, enfim, uma fusão de épocas que nem a mais poderosa máquina do tempo poderia criar.

Qual a diferença, por exemplo, entre os servos da gleba medievais que se encostavam às amuradas do castelo de seu Senhor e os miseráveis de hoje, que povoam as porta das filiais dos grandes bancos do mundo? Qual a diferença entre o peão de estância do mil e oitocentos com o mesmo peão de nossos dias? Em nosso interior, encontramos seres humanos que ainda não têm luz elétrica, nem água corrente, nem gás, nem luz.

Uma Secretária de Educação de um dos longínquos municípios do Rio Grande do Sul contou-me, semana passada, que a Prefeitura lotou um ônibus de escolares e deu-lhes, como prêmio de uma gincana, a possibilidade de conhecer Porto Alegre. A criançada fascinou-se, como era de se esperar, pela grandiosidade da Capital, mas o fato mais contundente foi propiciado quando levaram os escolares a visitar a Assembléia Legislativa do Estado e, para que a visita ficasse mais completa, as professoras quiseram mostrar o panorama da Praça da Matriz, no último andar do prédio. Postos em pequenos grupos no elevador, à medida e que iam sendo despejados no último piso, as crianças entravam em pânico, agarrando-se às professoras aturdidas, chorando de terror por desconhecerem como é que chegaram até lá sem terem subido nenhuma escada. Talvez isso nos faça rir, mas o quadro é deprimente e trágico, além de absolutamente surrealista, e reforçou esta minha idéia do convívio dos séculos neste continente. Daí porque, quando me perguntam qual o meu propósito ao escrever romances que, quase sempre, têm um pano de fundo no passado, respondo que não tenho propósito algum: simplesmente sou fiel ao que vejo. Falar do século passado é o mesmo que falar do século atual. O quadro de contrastes é o mesmo. É absurdo, portanto, pensar que já tenhamos vencido etapas fundamentais de nosso desenvolvimento e de nossa justiça social. Falando do passado, falo do presente, por conseqüência: quem tiver olhos para ler, que leia e entenda. Pode-se, desta forma, dizer que todos meus livros são metáforas, e como tais gostaria que os entendessem. Ou não é verdade que neste País o mau trato do intelectual é um fato? Aquele mesmo mau trato dos porões obscuros que condenaram um Galileu, que martirizaram um Giordano Bruno, que fuzilaram um García Lorca, toda essa intolerância ainda está presente em nosso País, disfarçada sob mil formas, seja na humilhante situação do professor, mal pago e objeto de experiências administrativas, seja na insânia de eminências pardas ou nem tão pardas que admitem e demitem funcionários do Poder Público sem critérios objetivos e sem o menor respeito a vidas longamente dedicadas e sem faltas. Esta repressão absurda e doentia faz com que retrocedamos milênios de cultura e nos remetem ao rol das nações ainda imobilizadas pela indigência intelectual. Daí porque sentir-se à vontade falando do passado: ele é mais vivo do que nunca, aqui entre nós.

Quando à linguagem que uso, alvo de estranheza de alguns, ela é coerente com a ideologia dos meus livros. Busco uma prosa sonora e cadenciada, e isto não é mais do que a tentativa de resgatar antigos recursos da língua materna, tão saborosos e tão prematuramente esquecidos, e que tem suas raízes na alma do povo. Não um preciosismo, não um rebuscamento, antes a procura de nossa mais autêntica expressão verbal, transbordante por natureza, que encontra no colorido de nossas aves e nos volumes caprichosos de nossos frutos a fonte de contínua inspiração. Não somos um continente cartesiano, racional e clássico, mas antes despejadamente barroco, ilógico e retorcido.

Não é por nada que nosso carnaval é o mais extravagante do mundo, o que tem mais brilho e contraste de luz e sombra; nossa prosa brasileira é, por tudo isso, o retrato de nosso povo. O idioma de Camões transfigurou-se ao pisar solo americano, inchou e explodiu, incorporando expressões negras e índias, corrompeu a forma e subverteu os cânones, atropelou a gramática. Sim, meus amigos, gosto deste idioma que me permite tantas aventuras com a palavra, e que de um substantivo faz um verbo, de um verbo faz um adjetivo, de um adjetivo faz um advérbio, numa vertiginosa dinâmica interior, e que me permite fantasiar, indo ao encalço de nossa realidade mais genuína, numa fusão entre fundo e forma, e onde não se reconhece qual o mais importante, se a forma, se o fundo.

Mas sei, Senhora Presidente, que todas estas minhas inquietações não se encontram plenamente realizadas nas minhas obras. Falta-me talvez um maior destemor, uma visão menos melancólica da vida, mas este é um dado pessoal que por enquanto não consegui superar. O fato é que sou, contudo e ainda, um homem confiante. Um homem-professor que, em suas aulas e em seus livros, procura dar tudo de si para um convívio mais nobre entre as pessoas, alguém que vê no aluno o bem mais precioso que lhe foi posto nas mãos. Minha atividade docente serve de elo de ligação entre as idéias e a vida, me estimula e me faz feliz à minha maneira. A cada dia em que entro nos pátios da Pontifícia Universidade Católica, Instituição a que me orgulho de pertencer, vejo 23.000 jovens, um espetáculo difícil de ser encontrado. Riem sem motivo – pelo menos para nós -, pulsam e vibram como ingênuas caixas de ressonância a qualquer estímulo. Vejo este espetáculo, e todo meu eventual cansaço se dissipa. Em algumas noites em que já me considerava nos limites de minhas possibilidades físicas, o pisar na sala de aula me reergueu, me reanimou e quase sempre fui capaz de dar uma aula que a mim mesmo me admirou. Temos de acreditar que os jovens ainda modificarão este quadro de incertezas que vivemos, e nos remeterão a um futuro mais digno e saudável. Sei que sempre os mais velhos disseram isso, há muitos e muitos anos. Mas é importante renovar a confiança. Quem sabe um dia dê certo? Para usar uma imagem já clássica do nosso Érico, se tivermos uma lâmpada elétrica e se esta queimar, acendemos uma vela, se esta se acabar, risquemos fósforos um após o outro, para manter sempre alguma claridade.

Por fim, Senhora Presidente, quero agradecer a iniciativa de meu prezado amigo Vereador Rafael Santos, autor desta proposta, um professor que, tendo a seu cargo uma Secretaria Municipal de Educação, soube administrá-la com coerência, dando à cultura toda liberdade que ela precisa para florescer, jamais impondo nenhuma conduta, jamais exercendo qualquer tipo de coação ou pressão.

Agradeço igualmente a todos os vereadores desta casa, pois todos me deram o seu voto e peço vênia, Senhora Presidente, para agradecê-los em particular por uma bela iniciativa de poucos dias atrás e que muito me sensibilizou, e que ficará gravada perpetuamente entre as minhas recordações mais confortáveis.

A meus amigos que aqui acorreram, aos oradores que me antecederam, muito obrigado. O estímulo que me dão não tem palavras suficientes para ser agradecido. Sigo confiante na minha rota, e, neste momento, partilho esta láurea com todos meus colegas de ofício, pois como disse antes, se em mim não reconheço virtudes para prêmio, sei que ele bem representa uma homenagem e uma dignificação do espírito do homem. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Compete à Presidência dos trabalhos, ao propor o encerramento dos mesmos, dirigir algumas palavras aos convidados do homenageado e ao homenageado. Ao homenageado, em si, já as dirigi falando em nome de meu Partido e da Bancada do PDT, com assento nesta Casa. Neste momento, falo pela Instituição, não mais como uma mera Vereadora com a sua Sigla Partidária associada. E esta Casa é uma Casa feita de homens e mulheres que acertam, erram, que procuram, realmente, de uma forma digna, representar a população desta Cidade; dentre os seus acertos, em primeiro lugar, veio a criação do Prêmio Literário Érico Veríssimo. Esta Cidade precisava da criação deste Prêmio para poder homenagear figuras como a que hoje nós homenageamos.

Outro acerto foi exatamente este, esta Casa ter votado a concessão do Prêmio ao Professor Luiz Antônio de Assis Brasil. Ele, no seu discurso, que por si só, vocês que estão aqui admitirão junto comigo, que seria uma das razões quase que suficientes para que o mesmo recebesse o prêmio. Voltou a colocar as suas perspectivas de vida naquilo que ele acredita, na sua coerência. E esta Casa, então, se sente realmente muito gratificada, e ela é que se sente homenageada em homenagear alguém da estatura e do porte do professor e escritor Luiz Antônio de Assis Brasil.

Nós agradecemos a presença de todos e, em especial, do professor Joaquim José Felizardo, do Professor Dante de Laytano, do jornalista Danilo Ucha, da professora Antonieta Barone e consideramos encerrada a presente Sessão.

Estão levantados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h21min.)

 

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